Mente Dispersa

Fragmentos de ideias. Paixões.
Curiosidades ou banalidades. Sem pretensões.


quinta-feira, outubro 13, 2005

Hoje tive mais uma de muitas reuniões semanais do meu sector. Tratou-se do mesmo de sempre, falar um pouco sobre as tarefas terminadas, as que se encontram em execução e as pendentes. Num tom apressado lá expliquei algumas marteladas que dei nuns programas, a assistência a alguns colegas e alguma investigação que fui fazendo. Enfim, coisas completamente banais do dia a dia de um operário das novas tecnologias. Totalmente enfadonho. E à medida que a reunião prosseguia, os meus olhos foram rolando lentamente para cima, olhando para o que estava do outro lado de uma janela à minha frente. Deixei de prestar a pouca atenção que tinha até então, e comecei a viajar para bem longe. Não para algum lugar específico, mas para recordações que me traziam uma brisa de serenidade. Um campo de trigo banhado pelo sol, um céu azul recortados por nuvens de algodão, o som do mar de dentro das conchas, o barulho do vento nas folhas de uma árvore, muralhas de algum castelo antigo pousadas sobre rochedos de granito, o cheiro das castanhas assadas, o ar frio nos pulmões numa tarde soalheira de Outono… Perguntei-me porque razão me esqueço muitas vezes desses pequenos prazeres em detrimento de uma vida demasiada agitada, que pouco tempo deixa para viver o que resta da curta vida de um homem.

3 Comments:

Blogger Sandra B. N. said...

tb me pergunto o mesmo! como diz e mto bem o nosso amigo H.: a vida são dois dias... não devemos desperdiçá-la a dar importâncias às coisas banais... ;)

10:07 da manhã  
Blogger Clara Gomes said...

Nossa, visualizei completamente esse seu post na minha cabeça! 'Fiz até um filminho, uma animação em lápis de cor, transformando a sala de reuniões num campo dourado de trigo...

Acredito que possamos dar esse colorido às nossas vidas, mesmo no caos da urbanidade. Se não acreditarmos, e não contribuirmos um pouquinho para essa que esse milagre aconteça, não há nada mais para fazer aqui, além de sobre-viver...

3:31 da tarde  
Blogger Filipe Veiga said...

Sempre gostei desse ambiente bucólico de uma seara de trigo, acariciada pelo vento. Já que falaste em lápis de cor, lembro-me há muuuuito tempo de um livro para colorir com a história de uma velhinha e os seus animais domésticos; um pormenor que não me esqueço é que a velhinha vivia sozinha numa casinha e trabalhava num campo de trigo. Dava-me imenso prazer pintar aquilo de amarelo, já que na altura usava pouco aquele lapís, excepto para pintar o sol!

12:36 da manhã  

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