Paradoxo dos tempos modernos no que se refere a trabalho.

Como programador (e empreendedor) mantenho software que é utilizado por vários clientes de variada dimensão, espalhados em uma área geográfica maior do que da União Europeia. Por outro lado, tudo isso é feito sem sair da minha casa, que está num outro continente. Graças à tecnologia, estou em contacto diário com dezenas de pessoas diferentes, ao mesmo tempo que passo o dia inteiro sem trocar uma palavra "ao vivo", que não seja com a minha família ou conhecidos.

Mas não me posso queixar, era isso que eu queria, só que na altura, quando era pirralho, não imaginava seria assim tão "global" ! Posso estar em todo lado, sem sair do conforto do escritório "caseiro". Mas claro, isso só foi possível, porque a certa altura saí desse conforto e procurei por oportunidades. E periodicamente lá tenho que viajar de novo para reforçar os "vínculos" que me possibilitam esta forma de trabalhar.

Picar ponto e obedecer a horário de expediente como há meia dúzia de anos, nem pensar! :)

Estados...

Para mim, a vida é uma sequência de vários ciclos, nos quais passamos por várias transformações. Tal como o da água, aquele que se aprende na escolinha, o da evaporação, condensação, precipitação, e por aí adiante, vocês conhecem, todos já leram sobre isso (ou pelo menos passaram os olhos por um daqueles desenhos bonitinhos descrevendo o ciclo da água). Ou seja, voltando à minha ideia, percorremos, várias vezes, os mesmos caminhos, mas em estados diferentes: sólido e estático, gasoso e disperso, líquido e fluindo de forma livremente (será mesmo assim?) pela corrente.

Qual é o meu estado atual? Bom, parece-me que é o líquido, deixando-me levar por uma forte corrente, mas sabendo que inevitavelmente o meu rio vai desaguar no mar, para depois entrar em outro estado.

Hora de acordar o defunto!

Por um acaso dei-me conta do velho brinquedo que ficou esquecido naquele armário. E sempre que isso acontece, vem ao de cima aquele misto de curiosidade e nostalgia por um objeto que, em tempos, foi alvo de alguma da minha atenção. Infelizmente, acabo por "encafuar" o objeto de volta ao lugar de onde eu o tirei. Não é a mesma coisa, especialmente para algo que, para mim, foi muito pessoal, tanto que eu pensava nisto como se fosse um defunto, paz à sua memória e que não me puxe o pé durante a noite.

Mas como este é um brinquedo virtual, sustentado por uma plataforma que entretanto evoluiu, à espera da minha curiosidade portanto, acabei por dar comigo a mexer nos botãozinhos e opções do painel de controlo, e a rever comentários e posts. Click! Faz tempo que não me dispersava deste jeito. Era divertido, tal como um brinquedo é suposto ser, e que, de certa maneira, era partilhado com outros neste "playground" virtual. Se calhar ainda é capaz de ser engraçado mandar uns posts, afinal 4 anos deram muito material para ser dispersado por aqui.

E porque não? Bom, vamos lá então acordar o defunto.