Noite de Halloween

Fragmentos de ideias. Paixões.
Curiosidades ou banalidades. Sem pretensões.
Este meu 4º “blog” (Flip's Programming Corner) reflecte um lado "nerd" da minha pessoa, e vai servir para publicar todo aquele código escrito desde que tive o 1º contacto com um computador. Os temas dos "posts" serão sobre questões técnicas ou então somente a publicação de listagens de programas. Com certeza que a maioria dos “posts” serão pequenas inutilidades de código com erros, algumas (más) práticas de programação, técnicas obsoletas e pormenores curiosos que farei questão de apontar!
Envolvi-me no mundo do “Blogger” mais por curiosidade do que por outra coisa qualquer. Não me cativava muito a ideia de manter um diário on-line sobre que tema fosse. Ao princípio fui participando timidamente, comentando aqui e ali. Acabei por me viciar nisso. Afinal é mais uma de muitas oportunidades de conhecer e manter o contacto com pessoas interessantes e amigos. Resolvi-me por criar o meu primeiro “blog” apesar de não saber sobre que temas escreveria nele. Optei por algo que me dizia respeito e decidi por temas ligados à área tecnológica mas com alguma ligeireza. Esse “blog” não foi longe! Por questões pessoais e profissionais tive de abdicar de algum tempo e dedicação ao "blog". Passou algum tempo e o stress do dia-a-dia começou a fazer a sua cobrança. Senti a necessidade de libertar um pouco desse cansaço acumulado e regressei ao mundo da Blogosfera. Uma forma quase inofensiva de desabafar, de deitar cá para fora alguns dos problemas que massacram uma pessoa. Era óbvio que o meu “blog” original não tinha essa finalidade, e lembrei-me de criar um que fosse apenas um repositório das minhas ideias desgarradas, (tentando evitar qualquer referência directa à minha pessoa). Não só desabafei como comecei a tirar prazer de uma escrita solta sem qualquer pressão, de tal maneira, que acabou por evoluir para uma escrita mais organizada, reflectindo alguns dos meus gostos pessoais, nomeadamente a literatura de fantasia. Com o tempo apercebi-me que esse tipo de leitura era um pouco maçuda, não adequada para a ligeireza com que trato o Mente Dispersa, e assim criei um novo “blog”: Crónicas de Ephidor.
Bom, e agora que cheguei a esse ponto, tenho pensado cada vez mais em ganhar alguma rotina na escrita dos meus “blogs”. Não só reforçar o que já tenho, como também retomar ideias antigas, e começar novos projectos. Desde já estou com vontade de reanimar velhinho blog Plexar, prevendo algumas actualizações ao nível de conteúdo temático. Também pretendo dar um empurrão nas Crónicas de Ephidor, e dividi-lo em duas ou três linhas de narrativa. Ainda nessa área temática das minhas crónicas, penso publicar algumas das minhas ideias e rascunhos sobre o mundo da aventura, ficção interactiva, livros de rol, aventuras de texto, e de tudo um pouco que fui conhecendo ao longo dos anos. Será o “blog” Jogos de Aventuras, que vai ter uma ligação com outro “blog” dedicado somente ao meu primeiro computador, o ZX Spectrum da Sinclair, que me trouxe o gostinho pela programação, curiosamente através de programas de aventura. Finalmente, o meu ultimo “blog” que criarei será um dedicado somente à programação e aos meus projectos pessoais, e tudo aquilo que codifiquei e fui acumulando no meu disco.
Enfim, é um projecto ambicioso, se mal tenho tempo para a minha vida profissional e pessoal, como poderei manter tantos blogs? Bom, como tinha dito antes, é tudo uma questão de conseguir uma rotina na escrita. O resto fluirá naturalmente. Mas também tenho de ser honesto! Tanta vontade não surge apenas no meu desejo de expor as minhas ideias e de partilha dos meus conhecimentos. Existe uma razão material que complementa essa vontade de partilha. Tenho experimentado nas minhas páginas, o Google AdSense, uma forma de fazer publicidade bastante discreta e inteligente. Muito à frente dos banners de publicidade mais tradicionais. E com o tráfego gerado nos meus blogs fui-me apercebendo que posso ganhar alguns cêntimos com aquilo que tiro prazer. Não sinto qualquer censura da minha parte em pôr publicidade nos meus blogs, afinal estou a expor parte da minha intimidade, a exibir alguma da minha escrita sem qualquer restrição e a partilhar alguma da minha experiência profissional. Bem sei que não vou ficar rico, mas qualquer cêntimo de euro que ajude a pagar a minha largura de banda é sempre bem-vindo.
Hoje tive mais uma de muitas reuniões semanais do meu sector. Tratou-se do mesmo de sempre, falar um pouco sobre as tarefas terminadas, as que se encontram em execução e as pendentes. Num tom apressado lá expliquei algumas marteladas que dei nuns programas, a assistência a alguns colegas e alguma investigação que fui fazendo. Enfim, coisas completamente banais do dia a dia de um operário das novas tecnologias. Totalmente enfadonho. E à medida que a reunião prosseguia, os meus olhos foram rolando lentamente para cima, olhando para o que estava do outro lado de uma janela à minha frente. Deixei de prestar a pouca atenção que tinha até então, e comecei a viajar para bem longe. Não para algum lugar específico, mas para recordações que me traziam uma brisa de serenidade. Um campo de trigo banhado pelo sol, um céu azul recortados por nuvens de algodão, o som do mar de dentro das conchas, o barulho do vento nas folhas de uma árvore, muralhas de algum castelo antigo pousadas sobre rochedos de granito, o cheiro das castanhas assadas, o ar frio nos pulmões numa tarde soalheira de Outono… Perguntei-me porque razão me esqueço muitas vezes desses pequenos prazeres em detrimento de uma vida demasiada agitada, que pouco tempo deixa para viver o que resta da curta vida de um homem.
Estranha esta assumpção de que é obrigação dos informáticos trabalharem fora de horas. Que um bom profissional é aquele que abdica pura e simplesmente da sua vida e faz horas e horas para além do que é considerado normal. Infelizmente conheço muitas abéculas que pensam assim. São criaturas extraordinárias, sem dúvida muito competentes, mas sem qualquer noção de que há uma vida lá fora. Nunca serei um informático excelente como esses seres, porque tenho aversão a lealdades desmedidas para com essas estranhas entidades colectivas conhecidas como empresas. Se for para trabalhar no duro com benefício directo para mim, aí sim entendo perfeitamente. Mas pronto, as pessoas são todas diferentes, e há aquelas que acordam, comem e respiram somente a pensar no trabalho, aceito isso. O péssimo é quando os gestores, amigos dos lucros sem escrúpulos, colocam essas pessoas nas chefias de equipas. Pois dessa forma, os valores desses work’a’holics passam a ser os valores da equipa, e uma pessoa até se pode sentir mal em ter que sair mais cedo que as 10h-11h diárias que estas bestas de trabalho fazem.